Red Pill é uma comunidade masculinista que visa o autoaperfeiçoamento do homem na questão relacional, a perceber os meandros, o lado vil e perverso feminino, seus aparatos jurídicos, culturais e sociais que enaltecem os aspectos promíscuos, egóicos em detrimento de uma relação de parceria e crescimento mútuo. A comunidade redpill denuncia o ocultamento do sofrimento amoroso masculino pelas mídias de massa, a escassez e a falta de acesso de conteúdos voltados ao desenvolvimento da masculinidade, suas tentativas desesperadas e frustradas em obter uma relação saudável frente a um movimento que pisoteia, criminaliza, rechaça e marginaliza modos de Ser Homem, como se a masculinidade já viesse pronta ou não merecesse a importância.
Todos já devem ter ouvido falar do Red Pill, que é um grupo de homens jovens que lançam mão de estoicismo, entre outras filosofias antigas e modernas, com uma visão bastante negativa do feminismo e dividindo os homens (sexo masculino) em dois grupos principais, os alfas e os betas. Os alfas seriam aqueles com os quais todas as mulheres gostariam de relações sexuais. Os betas, entre os quais esses rapazes se incluem, seriam desprovidos de tal encanto sexual, e as mulheres os buscariam somente por interesse financeiro. Donde concluem que os beta devem seguir um caminho solitário, que a relação com as mulheres não é lucrativa nem benéfica sob nenhum aspecto. Isso é, claro, uma simplificação do que pensam.
Esse movimento também se refere ao Blue Pill, que são homens que preferem namorar e casar. O movimento red pill chama os blue pill de ingênuos. Os homens desse movimento referem a si mesmos como red pill, aos que são opostos como blue pill. Esses termos de pilúla azul (blue pill) e pilúla vermelha (red pill), têm base no filme Matrix. Onde é ofertado por Morpheus, ao protagonista Neo, as duas pílulas. E pedido que escolhesse uma. A vermelha o faria saber da verdade sobre o mundo. A azul o faria esquecer que o conheceu, e voltar a viver sem conhecer a verdade.
Baseado nisso, os homens desse movimento dizem que os red pill conhecem a verdade, enquanto os blue pill continuam vivendo na mentira. O movimento se concentra em divulgar conhecimento, e produzir conhecimento, ao aprenderem sobre o comportamento das mulheres. Através do estudo da natureza feminina, que pode ser baseado tanto quanto em ciência, como na opinião própria, ou na estatística devido ao relato de outros homens, os red pill falam sobre o lado ruim da natureza feminina, quando se trata da maneira que tratam os homens. O movimento diz que elas só buscam os machos alfas (homens dominantes), quando são jovens, bonitas, e sem filhos. E desprezam os homens que são inseguros (machos betas, e outras variantes mais inferiores). Diz que elas só dão atenção aos betas quando elas são feias (e por isso não conseguem machos alfas, ou são maltratadas por eles), começam a envelhecer (por volta dos 30 a 30 anos, e quanto mais velhas depois disso, mais procuram os betas), ou quando engravidam e são desprezadas pelo pai da criança, e têm de cuidar do filho sozinha (nesse caso procuram o beta para ajudar a cuidar da criança). Tem os purple pills, que são red pills que acabam casando, mas, tendo o conhecimento da red pill, ficam de olho aberto.
Primeiro, entendo que a vida não é nada fácil para a juventude atual: falta de empregos formais (quantos não são os entregadores de comida, os motoristas de Uber), condições terríveis de vida para os pobres (sem saneamento básico, sem lazer, sem educação, sem saúde, sem perspectiva), condições de isolamento para os mais abastados.
Não é difícil imaginar por qual razão um jovem pobre de periferia se sentiria um beta: na TV e na tela do computador veem os corpos esculturais de mulheres consideradas super-atraentes. Veem também os milionários, com seus super-carros e lanchas, acompanhados sempre de mulheres como aquelas. Os jovens dos condomínios de classe média, por outro lado, têm acesso à mesma realidade virtual. Ambos os grupos não se sentem à altura de se engajarem em uma relação amorosa correspondida, seja com as mulheres idealizadas pela mídia, seja com as que espelham essas idealizações da sociedade de consumo.
Na literatura, temos o grande expoente autor brasileiro Nessahan Alita, referência básica para autoconsciência masculina com seus respectivos livros "O Sofrimento Amoroso do Homem", "A Guerra da Paixão", "Como Lidar com Mulheres", "O Magnetismo nas Relações Sociais" "O Profano Feminino", "Reflexões Masculinas sobre a Mulher e o Amor: Algumas Heresias que Faltaram Dizer", além de textos complementares.